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Quando falamos em avaliação linguística do surdo, muitas pessoas ainda associam o tema a um diagnóstico médico ou a uma comparação com a fala oral. Mas a realidade é bem diferente. A avaliação linguística não deve ser vista como uma busca por “falhas” ou “limitações”, e sim como uma ferramenta para compreender como a pessoa surda constrói linguagem e significado em sua primeira língua: a Libras.
O que é avaliação linguística?
Avaliar linguisticamente significa observar como o sujeito usa a língua em diferentes situações: se consegue narrar, argumentar, descrever, compreender textos e interagir de forma significativa. No caso da pessoa surda, esse processo deve respeitar sua modalidade viso-espacial de comunicação, entendendo que a Libras é uma língua natural, com gramática própria, expressividade e recursos discursivos tão complexos quanto qualquer língua oral.
Mais do que medir, compreender
Na prática, a avaliação não deve ser um “teste” engessado, mas um processo de observação e interação. Professores e profissionais podem analisar:
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Como o aluno organiza narrativas em Libras;
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O uso de classificadores e expressões faciais;
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A capacidade de relacionar informações visuais e textuais;
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O desenvolvimento da escrita em português como segunda língua, sem esperar que seja idêntica à de ouvintes.
Assim, o foco não está em apontar erros, mas em mapear potencialidades e oferecer estratégias pedagógicas mais eficazes.
Por que é importante?
A avaliação linguística é essencial porque:
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Orienta o ensino bilíngue, mostrando onde o aluno precisa de mais apoio;
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Valoriza a Libras, reconhecendo-a como língua de instrução e de identidade;
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Favorece a inclusão, ao propor práticas que respeitam a singularidade do sujeito surdo;
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Garante direitos, já que a Constituição e a legislação educacional brasileira reconhecem a Libras e a educação bilíngue.
Um olhar de respeito
Mais do que um procedimento técnico, avaliar a linguagem do surdo é um ato de respeito à sua cultura e identidade. Significa entender que sua trajetória linguística é única, marcada por desafios, mas também por ricas formas de expressão.
Portanto, falar em avaliação linguística do surdo é falar em acessibilidade, direitos linguísticos e educação inclusiva de qualidade.
Referências:
CARNEIRO, Bruno Gonçalves. Avaliação do perfil linguístico de crianças surdas na escola. Revista Sinalizar, [S.L.], v. 5, p. 1-17, 24 dez. 2020. Universidade Federal de Goias. http://dx.doi.org/10.5216/rs.v5.62944.
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