DISCIPLINA | Ensino da Literatura Visual - Avaliação 3 - Discursiva


Prova Discursiva - Uniasselvi - Curso de Letras-Libras
Nota9,80
1A experiência e o estudo do professor pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos. Por exemplo, professores de língua portuguesa ou bilíngues formados em Letras Libras e Letras Português acabam contribuindo e elaborando mais atividades relacionadas com a escrita e produção textual do aluno, visto que uma área complementa a outra. Considerando o exposto, disserte sobre as metodologias que podem promover a produção textual desse aluno.

Resposta esperada

*Realmente, a experiência e o estudo do professor pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos. *Buscar metodologias baseadas em pedagogia visual podem promover esse processo didático. *Já que é certo que os professores de língua portuguesa ou bilíngues formados em letras libras e letras português acabam contribuindo e elaborando mais atividades relacionadas com a escrita e produção textual desse aluno. *Nesse sentido, histórias infantis se configuram como fontes muito boas para se trabalhar o ensino da língua escrita para os alunos surdos, assim, muito embora professores podem manter uma lista de bons livros e utilizar estratégias atraentes para ensinar a escrita e a leitura, quando o professor tem formação específica na área, conhecer e estimular boas leituras irá fazer muita diferença para seus alunos. *Nesse sentido, destacamos que não é porque os alunos são surdos que vão se utilizar somente de resumos ou textos padronizados, pois em geral essas atividades não estimulam a criatividade dos alunos surdos. *Além do mais, deve-se tomar o cuidado para que eles não se tornem apenas bons copistas, sem conseguir interpretar o que escrevem ou leem. *Assim, o professor formado em letras trará significados bem objetivos relacionados à produção de textos literários para os alunos surdos. *Embora a fase dos anos iniciais do Ensino Fundamental é aquela em que se trabalha a autonomia do aluno, o profissional formado em letras ao transmitir os conteúdos deve continuar a instigar a sede por diversos conhecimentos em qualquer fase, eles precisam deixar que os alunos experimentem, dando-lhes o apoio como mediador. *Todas essas dinâmicas fazem com que leitura e a escrita na L2 flua com mais facilidade.

Minha resposta

Quando se fala em metodologia, em qualquer área, deve ser definida de acordo com princípios científicos claros. Isso é importante por que situa o aluno em uma base teórica específica geralmente da formação ou linha de pesquisa do professor. A pedagogia visual também deve estar atrelada ao pensamento crítico e reflexivo dentro do processo de ensino. A contribuição de profissionais da LIBRAS fluentes na L1 e L2 é de extrema importância pois o aluno terá um apoio na produção textual com bases bem estruturadas. A contação de história com elementos da LIBRAS, classificadores, algo dinâmico deve estar presente em todo o processo. Trabalhar com lista de livros e metas de leitura num determinado espaço de tempo é fundamental e com o estímulo a leitura por meio da tradução e interpretação em LIBRAS bons resultados serão colhidos. É importante ressaltar que os textos compartilhados produzam um pensamento crítico diante da realidade tomada, não somente uma fonte de informações passadas sem levar em consideração o contexto e o trabalho se resumir em copiar para o caderno.

2Uma literatura especialmente importante para preservação das língua de sinais brasileira é a Iconografia dos Signaes dos Surdos-Mudos, publicado em 1875, criado por Flausino José da Costa Gama, que foi aluno do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, hoje INES. Disserte sobre a importância desse histórico dicionário de língua de sinais para a comunidade surda brasileira.

Resposta esperada

*Naquela época aqui no Brasil não existiam dicionários de língua de sinais ou qualquer outro material similar. *O professor Flausino da Gama, o chamado repetidor, propôs empregar os sinais franceses como se fossem brasileiros, é como se ele mesclasse a língua de sinais francesa, adaptando para a língua de sinais brasileira com os sinais utilizados naquela época entre os surdos e ouvintes que atuavam principalmente no INES, culminando com a criação de uma língua de sinais "originalmente" brasileira, mas com grande influência da língua de sinais francesa. *Assim, esse projeto ficou conhecido como a primeira literatura em língua de sinais brasileira e o primeiro dicionário, que durante muito tempo ficou desconhecido, mas com tantas pesquisas na área é uma obra amplamente divulgada hoje em dia. *Sem dúvida, um motivo de grande orgulho para comunidade surda brasileira e ouvintes pesquisadores na área.

Minha resposta

Somente em 1960 a língua de sinais foi reconhecida como uma língua natural de cunho visual espacial, nos EUA pelo pesquisador William Stokoe. Anteriormente, em 1880, no congresso de Milão, a língua de sinais era proibida e seu uso desaconselhado nas instituições de ensino, um grande retrocesso. Enquanto isso, no Brasil, em 1856 era fundada o atual INES – Instituo Nacional de Educação de Surdos, e com bases da língua de sinais francesa tivemos um impulso significativo e germinação do que seria a atua língua de sinais brasileira. É nesse contexto que o surdo Flausino José da Costa Gama está inserido e seu trabalho é pioneiro e autorial, apesar de ter sinais copiados da língua de sinais francesa. A difusão do trabalho não foi feita logo inicialmente, mas a posteriori após estudos na aréa. Portanto, o pioneirismo desse dicionário e o fato de ser construído por uma pessoa surda é um marco na história dos surdos no Brasil. 


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